Gigantes da Literatura e suas obras clássicas
Edgar Allan Poe, o pai do conto policial
Sendo o primeiro escritor a enveredar pelo caminho dos
contos de suspense e mistérios, Edgar Allan Poe é considerado o grande
precursor, criador e verdadeiro pai do gênero literário romance policial.
Mas, afinal de contas, quem foi esse tal de Edgar Allan Poe?
De onde ele era? Qual era a dele?
O pai do romance policial nasceu no dia 19 de janeiro de
1809, na cidade de Boston, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. E bateu
as botas no dia 7 de outubro de 1849, provavelmente em consequência de suas
longas bebedeiras. É isso: o cara gostava de um copo. Aliás, como a maioria dos
gênios da literatura.
Sua vida também não foi nada fácil. O pai abandonou a
família e sua mãe morreu quando ele era ainda bem pequeno. Seu nome de batismo
era apenas Edgar Poe. Passou a se chamar Edgar Allan Poe depois de ter sido
adotado pelo rico casal John Allan e Francis Allan.
Parece que o cara tirou a sorte grande. Mas só parece.
Depois que foi adotado, sua mãe teve dois filhos. Ele nunca foi registrado e
quando o casal morreu, ficou na pindaíba, não levou nem um tostão da grande
fortuna de seus pais adotivos. O cara tinha mais era que beber mesmo.
Mas há algo de muito positivo nessa adoção. Seus pais
adotivos, como eram malados, proporcionaram a Edgar Allan Poe uma maravilhosa
oportunidade de estudar em escolas de primeira linha. Além de lhe permitir
conhecer a Europa e seu elevado nível cultural.
Apesar de todo esse conforto, Poe aprontou maior barraco com
seu pai adotivo e fugiu de casa. Querendo provar que era macho de verdade,
depois de ter sido expulso da Universidade da Virgínia, onde ficou apenas por
um semestre, se alistou na famosa academia militar de West Point. Mas, ao que
parece, não aguentou o tranco e foi expulso quase tão rápido quanto chegou. O
que ele gostava mesmo era de passar a maior parte de seu tempo na esbórnia, com
muita bebedeira e mulherada. Até eu que sou mais bobo!
Algum tempo depois, casou-se com sua prima Virgínia Clemm.
Até aí tudo bem. Nada demais se casar com uma prima. Só que a guria tinha
apenas 13 anos de idade. E como tudo na vida dele dava errado, ela morreu dois
anos depois. Aí que ele descambou a beber de vez.
E como esse cara malucão, cheio de problemas veio a ser um dos maiores gênios da literatura mundial?
Edgar Allan Poe venceu de uma tacada só os concursos de
conto e poesia da revista “Southern Literary Messager”. O cara era foda!
Isso chamou a atenção de Thomas White, o figurão dono da
revista, que imediatamente o convidou para dirigir aquele veículo de
comunicação. Ali, Poe começou a publicar seus contos de mistério e poesias,
demonstrando um talento pra lá do cachaprego, que imediatamente o lançou ao sucesso.
Só que o cara era uma figurinha carimbada. Arranjou maior quebra-pau com o
magnata dono da revista e foi demitido, levou maior pé na bunda.
Mas sua obra continuou a ser produzida com um talento
inigualável. Tanto que inaugurou o gênero que hoje chamamos de romancepolicial. Seu nome é venerado, cultuado nos quatro cantos desse mundão de meu
Deus, e sua obra é estudada e ensinada
nas mais respeitadas e avançadas escolas literárias deste planetinha do sistema
solar.
Aghata Christie, a Rainha do romance policial
Aghata Christie é a poderosa Rainha do romance policial.
Essa super, mega, giga escritora inglesa colocou o gênero no andar de cima da
literatura, na prateleira nobre da livraria. Se de um lado o americano Edgar
Allan Poe criou esse gênero literário, de outro, essa inglesinha sagaz o
popularizou nos quatro cantos do mundo.
Aliás, até então o romance policial era considerado um
subgênero, uma categoria de segunda classe, literatura B. Mesmo hoje ainda há
um enorme preconceito em relação a este segmento literário. Deve ser inveja
diante das estratosféricas vendagens que alguns autores alcançam.
E no quesito vendagem, essa inglesinha, nascida em 15 de
setembro de 1890, na cidade de Torquay, na costa de Devon, era mesmo foda.
Minto: era fodaça! Ao todo vendeu cerca de 4 bilhões de exemplares no mundo
todo.
Depois dela, quem mais se aproximou dessa marca foi outra
escritora tarada, também inglesa, J. K.
Rowling, que criou um tal de Harry Potter. Aliás, a criadora do bruxinho
famosinho se tornou a única mulher a sair do completo zero para alcançar uma
fortuna de 1 bilhão de dólares. Eita inveja! Ficou bilionária e ainda por cima
fazendo o que gosta. Eita mais inveja ainda sô!
Aghata Christie produziu mais de 80 obras literárias
Mas os números de Aghata Christie são pra lá de
impressionantes. Ao todo ela escreveu cerca de 80 livros entre romances e
contos, além de peças de teatro. Alguns de seus livros venderam mais de 100
milhões de exemplares (e ainda continuam vendendo até hoje). Uma de suas peças,
A Ratoeira, ficou mais de 30 anos em cartaz.
O dia em que Aghata Christie desapareceu
Como todo gênio, Aghata Chistie também aprontou algumas
loucuras. Em 1926, o carro dela foi encontrado abandonado entre um barranco e
um lago, com os faróis acesos, uma mala de roupas, um casaco e sua carteira de
motorista vencida (que feio Aghata), e ela tinha desaparecido no mapa. Naquele
tempo era fácil dar um ninja. Não tinha internet, redes sociais nem smartphones
te filmando o tempo todo.
Usando um nome falso e portando apenas uma pequena mala, a
rainha do romance policial se hospedou no Hydropathic Hotel, que existe até
hoje com o nome de Old Swan Hotel, em Harrogate (imagina chegar lá e dormir no
mesmo quarto onde ela se refugiou…).
O desaparecimento de Aghata Christie, que contém todos os
ingredientes de seus maravilhosos romances policiais, causou uma histeria na
Inglaterra. Imediatamente uma busca louca teve início por mergulhadores,
escoteiros, policiais e 15 mil voluntários. Até aviões da Real Força Aérea
entraram na parada. Foi a primeira vez na história do Reino Unido que aviões
foram usados na busca de uma pessoa.
O que dizem sobre seu desaparecimento
Alguns afirmam que Aghata surtou depois que descobriu que o
maridão tinha uma amante, e foi se refugiar para curar a depressão causada pelo
impacto da descoberta.
Porém, as más línguas dizem que não era depressão porra
nenhuma. Ela queria mesmo é dar o troco plantando um par de chifres na cabeça
do safado, já que ela foi vista jogando baralho, fumando, bebendo e caindo na
esbórnia. Que escritor não gosta disso?! Entretanto, não há provas. Ninguém
filmou nem postou nada no facebook.
A farra da rainha do romance policial acabou quando foi
reconhecida por um tal de Bob Sanders Tappin, músico profissional, que
imediatamente comunicou a polícia.
Mas se você acha que o cara estava preocupado com a segurança
e bem-estar da escritora se ferrou. Ele queria mesmo era receber a recompensa
de 100 libras que havia sido prometida pelas autoridades. E exigiu sim o
pagamento. De bonzinho não tinha nada.
Aghata Christie, o maior nome da literatura policial mundial
foi condecorada pela Rainha da Inglaterra em 1971 com o título de Dame, a
versão feminina para o famoso título de Sir, cavaleiro da rainha.
No dia 12 de janeiro de 1976 ela deu hashtag partiu céu e se
mandou dessa pra melhor, deixando um legado literário traduzido para mais de
100 países. Como eu disse, a mulher não era apenas foda, era fodaça!
Stephen King, o Rei do romance de terror
Stephen King, não é à toa que o cara já traz King (rei em
inglês) em seu sobrenome. Este é, sem dúvida, o rei do romance de terror.
Também, desde a mais tenra idade já foi logo presenciando
coisas do arco da velha. Quando tinha apenas dois anos, seu pai se encheu dessa
história de casamento, mulher, filhos, aluguel, conta de luz, água, telefone e
chutou o pau da barraca, picou a mula, caiu no capinado. Sua mãe ficou sozinha
com a batata quente de criá-lo junto com seu irmãozinho mais velho.
Um pouco mais tarde, Stephen King viveria talvez a cena mais
horrorosa de sua vida. Um de seus amiguinhos ficou com o pé preso na linha de
trem e, sim, foi esmagado por uma locomotiva que puxava dezenas e dezenas de
vagões.
Stephen King jogou no lixo sua primeira história
Stephen King começou a escrever reproduzindo as histórias
dos filmes que assistia. Juntamente com seu irmão adotivo, fazia diversas
cópias e vendia para os coleguinhas da escola. Só parou quando os professores
lhe deram uma puta prensa. Afinal, isso é plágio, né King?! Coisa mais feia.
Mais tarde seu talento foi ficando cada vez mais robusto.
Ele começou então a criar suas próprias histórias. Uma de suas primeiras
criações ficou conhecida aqui no Brasil como Carrie, a Estranha.
O curioso é que ele não gostou nada do que havia escrito e
jogou tudo no lixo. Pois sua mulher foi lá, enfiou a mão naquela meleca toda,
resgatou os manuscritos e o incentivou a prosseguir.
Ele aprimorou a história e mandou para a editora Doubleday.
Os caras leram, gostaram da ideia e lhe pagaram um adiantamentozinho besta de
dois mil e quinhentos dólares (essas coisas não acontecem comigo). Não era
muita coisa, mas os direitos autorais desse livro acabaram lhe rendendo outros
duzentos mil dólares. O resto é História.
Ao todo, seus livros já venderam mais de 400 milhões de
exemplares em 40 países. Até hoje ele se ajoelha de gratidão diante da esposa,
que no tempo das vagas magrelas morou com ele por longo período em um trailer,
vendendo o almoço para comprar a janta.
As tragédias na vida pessoal de Stephen King
Mas nem tudo são flores na vida de do rei do romance de
terror. Pouco antes de alcançar o sucesso com a publicação de seu primeiro
livro, sua mãe morreu. Stephen King desandou a beber em quantidades homéricas.
Mergulhou no alcoolismo por uma década inteira. Só saiu do buraco, de novo,
graças à esposa e os filhos que jogaram todas as bebidas fora até que ele as
largasse em definitivo.
Certo dia do ano de 1999, fazendo sua caminhada em sua
cidadezinha natal que é menor do que um ovo cozido partido ao meio, Stephen
King foi atropelado por um motorista lerdo e distraído. Se ele nunca tinha
vivido na pele uma história de horror, havia chegado o momento. King teve
fratura de crânio, perfuração de pulmão e dezenas de outras fraturas em tudo
quanto foi osso. Felizmente, o gênio dos romances de terror se recuperou e
voltou a produzir como nunca.
Apesar de ser o Rei do romance de terror, Stephen King
escreveu muitas outras histórias fora desse tema, como Um Sonho de Liberdade e
À Espera de Um Milagre, dentre várias outras obras, que, como essas duas,
também se tornaram filmes de Hollywood, obtendo enorme sucesso de bilheteria no
mundo todo.
Stephen King nasceu no dia 21 de setembro de 1947, em
Portland, no estado do Maine, lá pelas fronteiras com o Canadá, e até hoje vive
por aquelas bandas, sem badalações, quietinho em seu canto, de onde saem as
mais aterradoras histórias que encantam milhões e milhões de leitores mundo
afora. Eita que vidão, meu Deus do céu! Mas o cara merece.
Umberto Eco e sua importância para o romance policial
Umberto Eco – O Nome da Rosa, lançado em 1980 é um clássico
de nosso tempo. O aclamado livro se tornou filme, estrelado por Sean Connery, o
eterno James Bond, o agente 007, e arrebatou milhões de pessoas mundo afora.
Mas… O Nome da Rosa pode ser caracterizado como um romancepolicial? Não só pode como deve. Essa dúvida surge porque nunca ninguém havia
visto ainda uma história policial típica vivenciada na Idade Média.
Umberto Eco conseguiu escrever uma trama pra lá de
inteligente, cheia de suspense, mistério e investigações, em um cenário digamos
atípico para este gênero literário.
Umberto Eco enxergava mais longe
Mas Umberto Eco sempre quebrou paradigmas. Seus estudos
sobre a influência de certos métodos na comunicação de massa, como histórias em
quadrinho e cartazes publicitários, causaram alguma polêmica e fizeram muitos
torcerem o nariz no início.
Entretanto, este intelectual italiano, nascido em Alexandria
no dia 5 de janeiro de 1932, sabia exatamente o que estava fazendo.
Umberto Eco notabilizou-se pelos seus estudos acerca da
cultura de massa, em especial os ensaios contidos no livro Apocalípticos e
Integrados (1964), em que ele defende uma nova orientação nos estudos dos
fenômenos da cultura de massa, criticando a postura preconceituosa daqueles que
acreditam que a cultura de massa é a ruína dos “altos valores” artísticos.
Ele tinha uma visão livre de dogmas previamente
estabelecidos. Uma maravilhosa característica que foi, ao longo do tempo, se
manifestando como sua marca registrada e, ao mesmo tempo, ajudando a abrir a
cabeça de milhares de pessoas pelos quatro cantos do mundo.
Umberto Eco e sua gigantesca influência intelectual
Umberto Eco foi um dos mais influentes intelectuais de nosso
tempo, tendo ensinado nas mais renomadas escolas do mundo, dentre as quais as
prestigiadas universidades americanas de Yale, Colúmbia e Havard. Além do
Collège de France e Universidade de Toronto, no Canadá.
Umberto Eco foi notório escritor de romances, entre os quais
O Nome da Rosa e O Pêndulo de Foucault. Junto com o escritor e roteirista
Jean-Claude Carrière, lançou em 2010 “N’Espérez pas vous Débarrasser des
Livres” (“Não Espere se Livrar dos Livros”, publicado em Portugal com o título
“A Obsessão do Fogo” e no Brasil como “Não contem com o fim do livro”).
Com tanta bagagem intelectual Umberto Eco elevou o nível do
romance policial com seu clássico O Nome da Rosa. Inovou no contexto da
história e conquistou milhões de fãs mundo afora.
Abaixo você pode conferir alguns livros deste gênio que nos
deixou no dia 19 de fevereiro de 1916 na cidade de Milão, em sua belíssima Itália.
Romances – Algumas obras de Umberto Eco
O Nome da Rosa (Il nome della rosa, 1980) (Prêmio Médicis,
livro estrangeiro na França);
adaptação cinematográfica de Jean-Jacques Annaud, com Sean
Connery e Christian Slater nos papéis principais;
O Pêndulo de Foucault (livro) (Il pendolo di Foucault,1988);
A ilha do dia anterior (título no Brasil) ou A Ilha do Dia
Antes (título em Portugal) (L’isola del giorno prima, 1994);
Baudolino (Baudolino, 2000);
A misteriosa chama da rainha Loana (La misteriosa fiamma della
regina Loana 2004);
O Cemitério de Praga (Il cimitero di Praga), 2011
O número zero (Numero zero), 2015.
O imenso universo de Umberto Eco
Dentre os autores de romances policiais, Umberto Eco
provavelmente é o que tinha um maior número de habilidades e atividades, como
já vimos acima.
Enquanto os demais autores dedicavam-se com total e absoluta
exclusividade a escrever seus romances policiais (o que não tem nada de
errado), Umberto Eco tinha um universo infinito de atuações e afazeres no mundo
intelectual.
Era um pensador eclético, atuava com maestria nas mais
diversas áreas do pensamento humano. Com Inteligência aguda, ousava pensar fora
da caixa.
Sem dúvida nenhuma que cérebros assim, cabeças pensantes
como a dele, fazem muita falta. A lacuna deixada por Umberto Eco dificilmente
será preenchida. Fica-nos o vazio e a necessidade de outras personalidades do
mesmo nível. Principalmente nesse mundo tão volátil, tão cheio de coisas
supérfluas e empobrecido de atividades intelectuais mais aprofundadas.
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