Dalton Trevisan, o maior contista contemporâneo brasileiro
Dalton Trevisan
é, de longe, considerado o maior contista contemporâneo brasileiro. O principal
autor de contos
do século 20 em terras tupiniquins.
Uma de suas principais características pessoais é a
reclusão. Ele não concede entrevistas e sequer aparece para receber os muitos
prêmios literários que já faturou, tanto no Brasil quanto no exterior.
Dizem que não fala nem mesmo com seu editor. Aliás, seu
editor se comunica com ele através de um fax (isso mesmo: fax) de uma padaria
que ele frequenta (isso mesmo de novo: de uma padaria).
Ele não atende telefonemas (nem se sabe se tem um telefone),
não recebe jornalistas de espécie alguma. Alguns dizem que não receberia nem o
Papa.
Dalton Trevisan,
que nasceu no dia 14 de junho de 1925, em Curitiba, Paraná, recebeu o Prêmio Camões
de 2012, pelo conjunto da obra.
O cara é tão recluso que a gente nem mesmo consegue uma foto atual para ilustrar o artigo.
Geralmente as revistas, jornais e blogs que
publicam alguma matéria sobre ele precisam se contentar em utilizar imagens de
várias décadas atrás, quando ele ainda tinha lá por volta de uns 40 anos de
idade ou então com imagens de baixa qualidade registradas às escondidas, à base
da espionagem amadora dos fãs.
A publicação do seu livro "O Vampiro de Curitiba"
(1965) lhe valeu o apelido, por causa de seu temperamento recluso.
Dalton Trevisan formou-se em Direito pela Faculdade
de Direito do Paraná. Exerceu a advocacia durante sete anos, mas abandonou a
atividade para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família.
Dalton Trevisan
deu as caras nesse mundo literário com a novela “Sonata ao Luar” (1945). Em
1946, liderou em Curitiba o grupo literário que publicava a revista literária
“Joaquim”, tornando-se porta voz de vários escritores. Publicou na revista seu
segundo livro "Sete Anos de Pastor" (1946).
Durante muitos anos produziu textos sem publicá-los. Em 1950
passou seis meses na Europa. A partir de 1954, publicava seus contos em forma
de folhetos, à moda da literatura de cordel, onde registrava o cotidiano
notadamente situado na metrópole curitibana. Publicou "Guia Histórico de
Curitiba" e "Crônicas da Província de Curitiba".
Dalton Trevisan
ganhou repercussão nacional a partir de 1959, com a publicação de "Novelas
Nada Exemplares" (1959), que reunia quase duas décadas de produção literária.
Recebeu pela obra, o Prêmio Jabuti de Câmara Brasileira do Livro. Em seguida
publicou “Cemitério dos Elefantes” (1964), “O Vampiro de Curitiba” (1965), “A
Morte na Praça” (1965) e “Desastres do Amor” (1968). Nesse mesmo ano recebeu o
maior prêmio literário do Brasil, no I Concurso Nacional de Contos, promovido
pelo Estado do Paraná.
Dedicado exclusivamente ao conto, sendo um verdadeiro mestre
nesse gênero literário, só teve um romance publicado "A Polaquinha"
(1985). Em 1996 recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura, pelo
conjunto de sua obra. Em 2003 dividiu com Bernardo de Carvalho o I Prêmio
Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com o livro "Pico na
Veia".
A ironia, a crítica à sociedade e aos costumes, dogmas e
hipocrisias são características sempre presentes na arte deste gigante
brasileiro das letras.
Dalton Trevisan
foi o vencedor da 24ª edição do Prêmio Camões de 2012. Anunciado no dia 21 de
maio. Foi eleito por unanimidade pelo júri, pelo conjunto da obra. O Prêmio
Camões é uma das maiores honrarias para autores da língua portuguesa. É uma
parceria entre os governos do Brasil e de Portugal, e a cada ano acontece em um
dos dois países.
Publicou também "A Guerra Conjugal" (1970),
"Crimes da Paixão" (1978), "Ah, É" (1994), "O Maníaco
do Olho Verde" (2008), "Violetas e Pavões" (2009),
"Desgracida" (2010), "O Anão e a Nifesta" (2011), entre
outras.
Caso você ainda não tenha lido nenhum conto
deste monstro sagrado da arte de escrever, não perca mais tempo. Procure
imediatamente algum livro desse mestre. Não vai se arrepender. Ao contrário,
vai consumir, devorar todos os seus maravilhosos livros.
FONTE: https://www.ebiografia.com
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